Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens,/Se não tiver caridade,/ sou como o bronze que ressoa/ Ou como o címbalo que tine./Ainda que eu tenha o dom da profecia/E conheça todos os mistérios e toda a ciência,/Ainda que possua a fé em plenitude,/A ponto de transportar montanhas,/Se não tiver caridade, nada sou./Ainda que distribua todos os meus bens em esmolas/E entregue o meu corpo a fim de ser queimado,/Se não tiver caridade, de nada me aproveita./A caridade é paciente,/A caridade é benigna, não é invejosa;/A caridade não se ufana,/ não se ensoberbece,/Não é inconveniente, não procura o seu interesse,/Não se irrita, não suspeita mal,/Não se alegra com a justiça,/ mas rejubila com a verdade./Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta./A caridade nunca acabará./As profecias desaparecerão,/As línguas cessarão e a ciência findará,/Porque a nossa ciência é imperfeita./Mas quando vier o que é perfeito,/O que é imperfeito será abolido./No tempo em que eu era criança,/Falava como criança,/raciocinava como criança;/Mas, quando me tornei homem,/Eliminei as coisas de criança./Hoje vemos, como por um espelho,/De maneira confusa,/Mas então veremos face a face./Hoje conheço de maneira imperfeita:/Então, conhecerei exactamente,/Como também sou conhecido./Agora subsistem estas três:/a fé, a esperança e a caridade;/Mas a maior delas é a caridade.
(São Paulo, 1ª Carta aos Coríntios, 13)
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Shakespeare - O triunfo do amor
(...) JULIETA - Romeu, Romeu! Ah! por que és tu Romeu?
Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não
quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque
uma Capuleto deixarei de ser logo.
ROMEU (à parte) - Continuo ouvindo-a mais um
pouco, ou lhe respondo?
JULIETA - Meu inimigo é apenas o teu nome.
Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu
não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem
pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que
pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num
simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra
designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não
tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa
perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca
teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma
de ti mesmo, fica comigo inteira.
ROMEU - Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome
apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em
diante não serei Romeu. (...)
Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não
quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque
uma Capuleto deixarei de ser logo.
ROMEU (à parte) - Continuo ouvindo-a mais um
pouco, ou lhe respondo?
JULIETA - Meu inimigo é apenas o teu nome.
Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu
não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem
pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que
pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num
simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra
designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não
tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa
perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca
teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma
de ti mesmo, fica comigo inteira.
ROMEU - Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome
apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em
diante não serei Romeu. (...)
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